26 de ago. de 2010

Rituais de Fé no Discovery

Imagine-se na seguinte situação: (1) você é convidado a visitar um culto de uma Igreja da qual você nunca ouviu falar; (2) você chega lá e o templo está cheio, entupido de gente; (3) como você é o convidado de honra, te reservam um lugar na frente, de cara para o que parece ser um altar; (4) lá pelas tantas, entram - não necessariamente nesta ordem - um sacerdote, uma cabra amarrada e um facão enorme. Quando você deduz o que vai acontecer, começa a olhar para o lado buscando a saída: o problema é que ela está bloqueada por um monte de gente. Você acaba sendo obrigado a ficar onde está e acompanhar tudo até o final - e enquanto isso tem um cinegrafiasta filmando todas as caras que você faz. Isto é Rituais de Fé - e passa no Discovery.

Tenho aprendido a gostar de acompanhar as viagens do Pastor Peter Owen Jones em sua busca para conhecer as diferentes práticas religiosas e espirituais ao redor do globo. Em particular, tenho assistido acada novo episódio esperando por aquele momento no qual ele invariavelmente se descobre colocado em uma situação na qual ele não tem como sair. Fico imaginando o trabalhão que a equipe dele deve ter para encontrar estas saias-justas e fazê-lo entrar nelas. A expressão de desespero no rosto dele é extraordinariamente divertida - para dizer o mínimo. Pra quem só está assistindo - sentado confortavelmente na poltrona - é uma festa.

Peter Owen Jones é o Bear Grylls do universo religioso.


Descendents / Solos (2008)


Acabei de assistir Descendents, um filme de 2008 que, como muitos dos pertencentes ao nobre gênero inaugurado por Romero, nos apresenta a um futuro pós-apocalíptico devastado por zumbis. A diferença aqui - e o que torna esse filme único - é uma só: a história é quase toda narrada  sob a perspectiva de crianças. No Universo do filme, por algum motivo, certas crianças passaram a nascer  imunes não só ao contágio mas também aos ataques dos "infectados" que pululam pelas cidades meio que em ruínas (falamos aqui de zumbis científicos, como já discutimos em outro post). Esta perspectiva narrativa singular confere ao filme uma atmosfera de absoluta desesperança - que pode ser considerada intensa até para os padrões do gênero. A fotografia é em preto-e-branco ou, antes em uma sépia embolorada que ressalta a todo instante a vida se esvaindo daquele mundo - a única exceção aqui é o sangue que, em todas as vezes que aparece, é vividamente vermelho. A narrativa é caótica e por vezes oscila entre as memórias da protagonista e lampejos do que está por vir. Todo este conjunto produz como resultado uma obra perturbadora e, ao mesmo tempo, atraente do ponto de vista estético - coisa rara de se ver em uma produção sulamericana.

Dica: após os créditos finais fique atento para os easter eggs!

25 de ago. de 2010

Trailer - Bellini e o Demônio


Vi meio que por acaso, em um Canal Brasil destes da vida, o Trailer do filme nacional  Bellini e o Demônio, aparentemente inspirado em um livro do mesmo nome. Estrelado por Fábio Assunção - e não consigo imaginar alguém melhor como protagonista - pareceu-me uma mistura de Coração Satânico e O Último Portal. Acho incrível que todos - tudo bem não todos, mas uma boa parte - dos filmes basileiros de Terror tem sempre uma cena de religião afro-derivada: me parece meio lugar comum ou, simplesmente, falta do que colocar.  A cena com as duas freiras me pareceu demasiado semelhante a uma cena análoga do (primeiro) Hellraiser - o que não é de todo ruim pois, pelo menos, indica alguma pesquisa de base. Confira o site oficial aqui.

24 de ago. de 2010

Trailer - The Walking Dead

Assisti hoje ao Trailer de The Walking Dead e achei bastante promissor. Segundo o que li, serão 06 episódios de 1 hora inspirados nos comics. Vamos aguardar para ver o resultado final. Fingers crossed. O Trailer pode ser visto no link no final deste post. Agora, o mais importante: as minhas considerações.

Uma diferença que observei em relação aos quadrinhos é a natureza bem mais dinâmica dos zumbis vistos no trailer - com direito, inclusive, a expressões fisionômicas, coisa impensável nos comics. Isto pode ser - e aqui estou absolutamente teorizando, pois não li nada a respeito - um indício de que os zumbis retratados no filme serão bem mais científicos e menos sobrenaturais que o retratado na série em quadrinhos. Isto parece ser uma tendência de mercado - por assim dizer - e talvez represente uma tentativa de tornar o produto mais palatável para as massas. 

Para os não versados na moderna ciência dos zumbis, segue um rápido descritivo das duas espécies de mortos-vivos que podemos encontrar nos filmes e quadrinhos:

Zumbis científicos tendem a ser o resultado de infecções (criadas pelo Homem ou não), tendem a ser mais ágeis que as suas versões sobrenaturais e muitas vezes não estão realmente mortos - apenas infectados. O fato de os zumbis científicos serem o produto de uma infecção possibilita  a busca de uma vacina/cura como elemento de roteiro (mas isto é um recurso raramente utilizado). Também a conversão de uma pessoa em zumbi se faz geralmente apenas pelo contato direto (mordida, fluidos, etc.). Exemplos de filmes com zumbis científicos são  Resident Evil, 28 Days e o recente Zombieland. 

Zumbis sobrenaturais tendem a se mover mais lentamente, exibir mais sinais de decomposição que suas contra-partes científicas e são mais difíceis de se exterminar - uma vez que partes soltas, como troncos sem pernas, por exemplo, podem permanecer em movimento e constituir ameaças. A conversão se dá geralmente de forma automática: se algum personagem morrer por qualquer causa que seja, ele se transformará em zumbi, pelo simples fato de estar morto. Isto acontece de forma bem clara nos quadrinhos de Walking Dead: todas as vezes que um personagem morre, ele é atingido por um "brilho" e se torna um zumbi. Exemplos de filmes com zumbis sobrenaturais são todos os filmes de Romero - os melhores do seu gênero, na minha opinião. 

Confira o Trailer de The Walking Dead clicando aqui.

Em tempo: o MonsterQuest de hoje é sobre a Atlântida: isso não é meio off-topic?

22 de ago. de 2010

Nurarihyon no Mago - ぬらりひょんの孫 - Episódios 01 a 05


Nurarihyon no Mago é um dos animes da nova temporada Japonesa que vale a pena conhecer - se você gosta de animes. A impressão que tive ao assistir o primeiro episódio foi que estava diante de um Inu Yasha passado inteiramente no mundo moderno, no qual os Yokais se recolheram do mundo humano e passaram a organizar de um modo que lembra muito as famílias criminosas da Yakuza.

A trama se centra em um garoto aparentemente normal, herdeiro involuntário de uma grande clã Yokai - e ele mesmo 1/4 Yokai, por parte de seu avô. Apesar de só querer saber de ir à escola e não mostrar interesse pelos "negócios" da família, o jovem Riku possui um segredo: à noite, ele adquire o poder de se transformar em um Yokai super-poderoso - uma espécie de versão futura dele mesmo - que, ao contrário de sua versão criança, deseja ardentemente se tornar "O Terceiro": o líder máximo de todos os Yokais. Neste processo, ele deve lutar contra os clãs Yokais que não desejam ver um ser parcialmente humano no comando, fazer alianças com os demais clãs e, ao mesmo tempo, esconder a sua real natureza de seus coleguinhas de escola (todos eles obcecados com Yokais).

Nota Otaku (sobre o significado do termo Yokai): muito embora no Brasil se tenha optado por traduzir a palavra Yokai por "demônio" - lá desde os tempos de Inu Yasha, cada vez mais eu me convenço de que esta não é de forma alguma uma tradução adequada. Eu tenho para mim que uma tradução muito mais correta para Yokai seria "assombração". Isto fica bastante evidente neste anime, ao meu ver, quando um dos coleguinhas de Riku diz que "Yokais costumam morar em casas velhas como a dele" (de Riku ). Devemos lembrar que estamos tratando aqui de criaturas do folclore popular japonês, o qual foi totalmente alheio a influências do cristianismo por boa parte da sua história. Também a motivação primária dos Yokais em causar "medo" nos humanos - e não corrompê-los, tentá-los ou os induzirem a cometer atos criminosos - os torna muito mais parecidos com fantasmas - do que com qualquer outra coisa. Nos filmes de terror japoneses não é diferente: cerca de 95% destes filmes são centrados em fantasmas (e por isso são - muitas vezes - chatos para os padrões ocidentais). Não existe, na cultura japonesa, ao que parece, a extraordinária proliferação de criaturas sobrenaturais que temos aqui no Ocidente (vampiros, lobisomens, zumbis, etc.) mas, ao contrário, os seres do outro mundo são, basicamente, egressos deste.

Em tempo: uma (rara) exceção do que eu disse na nota acima é o anime High School of the Dead - outra estréia desta temporada. Os três primeiros episódios são muito bons e lembram um filme de George Romero - só que em formato anime. Os episódios seguintes, no entanto parecem se concentrado mais nas protagonistas que nos zumbis propriamente ditos - com lamentável resultado. Uma das grandes decepções da temporada - ao lado de Occult Academy (世紀末オカルト学院, Seikimatsu Okaruto Gakuin) - na minha opinião.

Enterprise (2001): Minha Mini-maratona pessoal - Segunda Temporada - Episódios 02 a 13.

Retomei a minha mini-maratona de Star Trek: Enterprise, como prometido, a partir do primeiro one-shot da segunda temporada. Até tentei assistir Shockwave, o episódio final da primeira temporada - que faz dupla com o primeiro episódio da segunda - mas não deu: após um início brilhante, no qual a tripulação da Enterprise se vê como responsável pelo extermínio de um grupo de colonos, a trama - que tinha tudo pra ser muito boa - muda, de repente, para aquele bla-bla-bla de guerra fria temporal, sulibans, etc. Boring. Pulei esse episódio e o seguinte e fui parar em Carbon Creek.

Carbon Creek: durante um jantar, T'Pol partilha com o capitão Archer e Trip o que seria a verdadeira história do primeiro contato dos Vulcanos com a Terra - só que nos anos 50. O episódio é, facilmente, um dos melhores momentos de  Star Trek ever - não estou falando apenas de Enterprise, mas de toda a franquia Star Trek! O tema de choque cultural, que é um dos pontos fortes de Star Trek, é aqui trabalhado à perfeição. 

Nota Trekker (contém minor spoilers): Após assistir o episódio, fiquei me perguntando o porquê de T'Pol se dar o trabalho de contar a verdade por detrás do primeiro contato para desmenti-la no final. Desenvolvi a teoria de que tudo foi um estratagema para, de alguma maneira, fazer chegar a informação ao Comando da Frota - uma vez que tanto Archer quanto Trip devem se sentir obrigados a fazer alguma espécie de relato daquilo tudo. A cena final me levou a crer que a a história toda pode ser um segredo de família - do qual o Alto Comando Vulcano não tenha conhecimento - passado de geração em geração. Pode ser.

Minefield: neste episódio temos o primeiro contato com os Romulanos. A parte central deste episódio envolve o capitão Archer e o armeiro Reed e é muito - mas muito - bem conduzida. O personagem Malcom Reed, vivido pelo ator britãnico Dominic Keting, sempre me deu a impressão de não ter sido suficientemente desenvolvido, o que é realmente uma pena, pois me parecia ter muito mais a oferecer do que o engenheiro Trip, que ganhou destaque nos dois anos finais da série. Este episódio nos dá uma boa amostra do que poderia ser o personagem se tivesse sido mais bem trabalhado. 

Nota Trekker: mais um primeiro contato acontecendo teoricamente décadas antes do que deveria. Estas divergências entre a linha de tempo de Enterprise e a estabelecida pelas demais séries da franquia - em especial a série clássica - levou muitos fãs na época teorizarem que as aventuras do capitão Archer e sua tripulação teriam lugar em uma linha do tempo alternativa - o que, considerando que a trama recorre bastante ao recurso de viajar no tempo, é inteiramente plausível. Não vou aqui discutir este mérito mas isso pode ser considerado, de alguma forma, uma tendência da franquia - oficialmente assumida, parece, pelo recente longa para os cinemas (2009). 

Dead Stop: "não existe esta coisa de almoço grátis" - mas em clima space. Parece uma versão de  "O Cérebro de Spock" mas menos agressive. Sem charme, sem encantamento. 

A Night In Sickbay:  (pulei esse: a sinopse diz : "o capitão Archer passa uma noite na enfermaria da nave com seu cachorro doente" - pelo Amor de Deus!) 

Marauders: a Enterprise ajuda a defender uma colônia de mineradores assolada pelos Klingons.

Nota Trekker: eu nunca entendi e acho que nunca vou entender (e acho que nem foi feito pra se entender) esse tal de princípio de "não-interferência" da franquia Star Trek. Eu lembro que na série clássica tanto a Federação quanto o Império Klingon aliciavam planetas inteiramente rurais - sem qualquer tecnologia que merecesse este nome. Eu acho que é o tipo de coisa que funciona só quando eles querem: pra sair de uma saia justa, pra evitar uma decisão difícil, ou para ter alguma coisa que dizer logo antes de entrar em dobra, etc. Este episódio é uma clara evidência de que, quando se quer, a não-interferência é chutada para o alto sem a menor dó: é tudo política! 

The Seventh: T´Pol, Archer e Tostines (alferes Mayweather) tem de recapturar um prisioneiro Vulcano foragido. Neste episódio aprendemos que o Alto Comando Vulcano infiltrou diversos agentes de inteligência em uma sociedade qualquer - que estes foram cirurgicamente alterados para parecer com os locais. A missão destes agentes era  assumir posições de comando na rede criminosa do planeta a fim de obter as informações para desbaratá-la. ("Não-interferência", sei.) Episódio muito fraco, ao meu ver. Bruce Davison - que aqui no Brasil é mais conhecido como o pai da família de "Um Hóspede do Barulho" - rouba a cena sempre que abre a boca. O alferes Mayweather está perfeito neste episódio: seja como encosto de parede, como peso de porta e outras participações dignas do seu calibre. 

The Communicator: este é um plot já estabelecido desde a série clássica: a equipe de desembarque retorna de uma visita a um planeta menos desenvolvido tecnologicamente e percebe que esqueceu por lá um comunicador. A diferença é que na série clássica o pessoal simplesmente "deixava pra lá", fazia uma piadinha e seguia em frente - na série Enterprise, o pessoal volta para procurar o bendito comunicador e acaba causando um incidente muito pior. Normal. Pelo que aconteceu, eu não me surpreenderia se o planeta entrasse em uma guerra mundial logo depois do final do episódio. (Em Stargate SG-1, que é a versão de Star Trek sem a tal da "não-interferência" isso aconteceu pelo menos duas vezes que eu lembro.) 

Singularity: num dos episódios com uma das premissas mais interessantes da temporada, aprendemos - entre outras coisas - a origem do "alerta tático" - visto em todas as outras séries da franquia. Afetada por uma radiação rara, a tripulação da Enterprise começa a desenvolver - em massa - transtorno obsessivo compulsivo. Desta forma, cada personagem passa a exibir comportamentos que nos mostram muito de suas verdadeiras personalidades. Muito bom.

Vanishing Point: Hoshi supera um medo antigo, yada, yada, yada. Se quer um conselho, pule este.

Precious Cargo: Trip se envolve com uma princesa alienígena. Pule este, ou assista em FF. 

The Catwalk: após dois episódios bem fracos, um bom episódio! Este episódio possui como diferenciais: (1) o fato de não centrado em um único personagem, mostrando a tripulação da nave - talvez pela primeira vez - como uma equipe e (2) por mostrar algo da relação da tripulação com a própria nave. 

Dawn: uma versão Enterprise de Inimigo Meu. Picard já tinha feito algo parecido. 

Stigma: T'Pol descobre possuir uma doença rara - que é vista com preconceito pela sociedade Vulcana. A metáfora para DST/AIDS é aqui bem evidente - e me pareceu bem-intencionada -  mas não é muito bem conduzida. 

Paramos por aqui, mas o que já fica bem claro, olhando retrospectivamente, é o extraordinário declínio da qualidade dos episódios nesta segunda temporada (se comparada com a primeira) o que, muito possivelmente, foi o responsável pela dramática mudança de curso que vemos acontecer na terceira temporada - mudança de curso, para pior, em dobra máxima. Muitos fãs consideram a quarta temporada de Enterprise a melhor, mas, na verdade, o que acontece é que a terceira temporada é tão, mas tão ruim, que, qualquer coisa que venha depois parece muito melhor. E tenho dito. Felizmente, ainda restam alguns episódios da segunda, para nos ajudar a atravessar a midseason.

20 de ago. de 2010

Sherlock Holmes (2010) - Episódios 02 e 03

Assisti - finalmente - os dois últimos episódio de Sherlock Holmes e fico Feliz em dizer que estes não ficam em nada a dever ao piloto. Os episódios continuma loooongos (quase 90 minutos) mas não são cansativos, pelo contrário.

Alguns personagens (a Sargento e o Legista além da texting brunette) foram discretamente deixados de lado e a trama parece se concentrar mais na dupla Holmes-Watson. Os casos investigados deixam um pouco de ser crimezinhos comuns e passam a assumir ares de intriga internacional alucinadas - com direito a sociedades secretas e criptogramas estilo Dan Brown.

O clímax é extremamente bem construído, com um número respeitável de plot twists devidamente encadeados. Não considerei o antagonista convincente - mas é cedo para falar. Vejamos os desdobramentos da segunda temporada.

Por fim, sobre o comentário que anda rolando pela web se esta seria uma versão - digamos - gay de Sherlock Holmes, acredito que tal não seja bem verdade. Me pareceu mais que existe uma brincadeira dos roteiristas com o fato de dois homens (de seus  30 e poucos?) dividirem um apartamento e irem para todo lado juntos. Não me parece que vá além disso. Como diz uma velha piada: perguntaram a dois fãs de Star Trek se eles achavam que Kirk e Spock tinha um caso - e a resposta foi:

- "Não, mas gostamos deles mesmo assim."  

Em Tempo: procurando pelos nomes dos personagens que acima chamei de a Sargento e o Legista, encontrei isto aqui. Aparentemente, um filme de Sherlock Holmes com dinossauros (!) e Dominic Keting, o Reed de Enterprise. Não conhecia.

17 de ago. de 2010

Trailer - Dead of Night

O Trailer do filme baseado nos quadrinhos de Dylan Dog me deixou curioso: promete ser uma produção, no mínimo, direitinha e caprichada. Os quadrinhos do Investigador do Pesadelo que saíram aqui no Brasil foram excepcionais na sua qualidade - a minha experiência com importados, no entanto, me ensinou - de uma forma bem sofrida - que o material que saiu por aqui é de uma safra superior à da média (alguma seleção editorial sempre acontece). A trama parece batida: pessoa comum é apresentada a um aspecto desconhecido e sombrio da realidade e tem de enfrentar um mal sobrenatural e antigo (acabo de perceber que descrevi sem querer metade do que eu já assisti na vida, de Doctor Who à versão mais recente de O Aprendiz de Feiticeiro) mas parece não ter perdido o ar satírico dos comics (a cena na qual DD tenta convencer um sujeito de que ele é um zumbi atirando nele é impagável). O personagem Grouxo mais uma vez foi alterado (ele já o havia sido na breve circulação dos quadrinhos em terras americanas) devido às mesmas questões de direitos autorais, possivelmente. Uma pena, pois ele é responsável pelos melhores momentos da série. Parece que, muito provavelmente, teremos pela frente mais um Constantine - mas, por outro lado, se você esquecer tudo o que sabia previamente do personagem até que Constantine não é um filme ruim. Abaixo o Trailer para quem quiser conferir.

Jigoku Shoujo - 地獄少女 - Live Action - Ending Theme

O tema da versão live action de Jigoku Shoujo (conhecido no Brasil como Hell Girl) é um dos mais bonitos que já vi - e achei que valia a pena compartilhar aqui. Infelizmente, não achei nenhuma versão legendada mas - acredito que vocês vão concordar - este musicão (cantado em inglês) transcende qualquer barreira de idioma. Esta aqui é a versão FULL, que pode demorar um pouquinho para carregar, mas vale a pena!


Este Live Action de Hell Girl é um dos melhores Live Actions que já vi e, para quem não gosta muito de animes - ou se sente incomodado com o clima non-sense presente em muitos animes como comentamos quando falamos de Kuroshitsuji -, este é um bom lugar para se começar. A versão Live Action limou quase todo o alívio cômico presente no anime - que já não era muito - e abrandou o clima onírico do original, assumindo uma narrativa mais linear. O resultado final ficou um pouquinho Ghost (principalmente nos episódios de fechamento da trama), mas nada que comprometa a assistibilidade.

16 de ago. de 2010

Abertura - Star Trek: Série Clássica

Para quem quiser comparar a abertura de Enterpise com a abertura original, segue abaixo o vídeo da abertura da série clássica, dublada em português. Para os não-Trekkers, uma curiosidade: a missão de cinco anos se refere ao prazo de duração previsto para a série original (que foi cancelada no terceiro ano).

Star Trek: Enterprise - Abertura

Enquanto postava os reviews de minha mini-maratona pessoal de Star Trek: Enterprise esqueci de mencionar uma das melhores coisas neste seriado que é a música de abertura. Colocar um baladão na entrada foi uma das mais significativas modificações da franquia, que até então havia exibido apenas variações da Theme Song original. Abaixo o vídeo para quem quiser assistir ou recordar. Você pode ler os posts de minha mini-maratona pessoal de Enterprise aqui e aqui.

14 de ago. de 2010

"Vale a pena assistir Lost, agora que acabou?"


A frase título deste post na realidade - uma realidade paralela, na qual o vôo 815 não cai e a ilha jaz submersa no oceano de nossos sonhos desfeitos - deveria ser  "Para quem nunca viu, vale a pena assistir Lost, agora que acabou?". Esta pergunta, que já havia sido proposta em um Nerdcast, me ocorreu novamente ao me deparar com o post da Ana Magal, a solitária seguidora deste Blog. A resposta, ao meu ver, é não, não vale.

Isto porquê Lost é mais que um seriado, é uma experiência. Você não só assiste Lost: você debate com os amigos, vasculha a Internet em busca de pistas, ouve podcasts sobre o tema, vai em busca dos webisodes, enquanto aguarda ansiosamente pelo próximo episódio (e no meio disso tudo, é claro, a sua vida acontece). Só assistir Lost pura e simplesmente não tem a mesma graça sem esse background.

Existem muitas séries verdadeiramente boas, mas poucas se tornam um fenômeno de mídia. Uma série que - me parece - partilhou um pouco disso - desta natureza de fenômeno - foi Arquivos X embora na época o hype não fosse tão intenso por aqui - devido ao lag dos episódios por estas bandas e ao pouco desenvolvimento da web. Há, no entanto, razões de sobra para crer que Arquivos X foi, respeitada a escala, algo bastante semelhante a Lost em termos de repercussão - e seguidores. Muitos fãs de Arquivos X - à semelhança de muitos fãs de Lost - acreditavam ver, nas desventuras de Mulder e Scully, explicações reais para a natureza do Universo (e quem sabe, talvez o fossem!) e que as conspirações tratadas ali eram reais (!). Pouca gente lembra, mas o fim da série também não agradou na época  aos fãs - nem nunca poderia agradar, porquê estes não queriam, na realidade, que ela acabasse. Ouvi de mais de um fã a enigmática frase de que "eles" estavam tirando Arquivos X do ar - sempre tem um "eles", como diz Sam Neil no lovecraftiano In the Mouth of Madness.

(A citação de In the Mouth of Madness, acima, não poderia ser mais apropriada: o filme nos fala de um livro no qual as pessoas passam a acreditar com tanta veemência que este passa a se sobrepor e reescrever a realidade - com Lost e Arquivo X foi assim também, pelo menos na realidade pessoal de seus fãs.)

Uma diferença importante entre Arquivo X e Lost - e que pode explicar o hype maior desta última - é a interatividade dos produtores da série e a base de fãs - muito maior em Lost. A facilidade da web, é claro, ajuda em muito neste processo de comunicação de mão dupla, caracterizando o que Seth Godion possivelmente chamaria de "alça de feedback rápido". Isto foi algo de inédito para séries de televisão e, podemos dizer, as trouxe definitivamente para a era 2.0. 

No mais, Arquivos X resolveu a sua trama principal, se não me engano, lá pelo seu quinto ano: fica tudo muito bem explicadinho para quem estava prestando atenção, o que era a conspiração alienígena, que fim levou a irmã do Mulder, (o óleo negro, meu Deus, ele explicaram o que era o óleo negro!), a origem do Canceroso, etc. Lost durou até o sexto ano e deixou muita coisa sem explicar. O que é melhor: sair no auge, enquanto os holofotes ainda estão em cima de você ou se deixar esvair por três ou quatro anos de episódios abaixo da média? Fica aqui (mais) essa pergunta para vocês. 

Um curiosidade: o número da porta do apartamento do agente Fox Mulder é 42, um dos números fatídicos de Lost e a resposta à Vida, ao Universo e sabe lá o que mais, segundo O Guia do Mochileiro das Galáxias. Seria apenas coincidência?

Kuroshitsuji (黒執事)/ Black Butler - episódio 01-03


Assisti os três primeiros episódios do anime Kuroshitsuji - e que também atende pelo nome de Black Butler, ou "Mordomo Negro" - e fiquei seriamente interessado em assistir mais: é uma daquelas séries que não é exatamente "boa" mas que o seu instinto diz que, com alguma sorte - e carinho dos produtores -, pode melhorar até se tornar algo bem digno de nota.

A trama - baseada em um mangá de mesmo nome - se passa em alguma era vitoriana alternativa (com telefones!) e nos fala da estranha relação entre um Lord inglês e seu fiel mordomo. Tudo normal, a não ser pelo fato de o Lord ser uma criança de 12 anos e o mordomo ser uma criatura sobrenatural com poderes inimagináveis. A medida que a história avança ficamos sabendo mais sobre as extraordinárias habilidades dos talentoso mordomo e do terrível preço que o Lord criança tera que pagar para tê-lo a seus serviços.

Este anime - como muitos outros - intercala momentos de uma seriedade absurda com outros de total non-sense. Um dos motivos para muitas pessoas não tolerarem animes é justamente por se prenderem demais nos personagens/momentos de alívio cômico e não conseguirem enxergar o verdadeiro plot por detrás. Para estas pessoas eu recomendaria começar a assistir anime escolhendo aqueles com pouco (porquê um anime sem nenhum é muito difícil de se encontrar) alívio humorístico. Esta série possui não um, nem dois, mas pelo menos quatro personagens fixos de alívio cômico - o que eu, particularmente, achei excessivo - e que a torna pouco indicada para aquelas pessoas que se sentem incomodadas com esta mistura de drama/comédia que caracteriza muitos animes. 

A nossa cultura ocidental acidentada - como dizia Lacan - está acostumada com dois gêneros narrativos bem definidos - via Grécia antiga: tragédia e comédia. Animes alternam um e outro sem qualquer pudor - por vezes, na mesma cena - o que é de fato desconcertante para nós ocidentais. Tenho esperança de que este anime em especial tenha optado por multiplicar o alívio cômico como forma de contrabalancar a contraparte trágica do enredo: só o tempo - ou uma pesquisada na Wikipedia dirá. Nesse ponto, não é difícil adivinhar que o desenvolvimento trágico será em torno da - segunda - obsessão favorita dos japoneses: o destino e sua inescapabilidade.

Destino, no contexto oriental, é algo ligeiramente diferente do que nós ocidentais estamos acostumados a pensar: tem mais a ver com família, herança, tradição e karma. O jovem Lord de Kuroshitsuji - como rapidamente se descortina nos episódios que assisti - está preso a um contrato já firmado pelos seus antepassados - mas que é, ao mesmo tempo, uma escolha dele próprio. O mordomo, por sua vez, - pelo menos assim me parece - é tão prisioneiro quanto seu mestre. Ambos desempenham um papel que já foi escrito há muito tempo e ao qual não podem, na realidade, fugir. Quando a vida chega a este ponto, o que nos resta? Nada, além de refinar o modo de preparo de um especialmente britânico chá Earl Gray ou aprender os simples passos da valsa. As frivolidades do dia-a-dia se tornam aquilo que dá sentido à uma vida já sem qualquer surpresa quanto ao seu desfecho - esta é a lição que nos ensina o povo que inventou o origame e o ikebana.

Uma curiosidade: segundo o que li por aí, a palavra en japonês para demônio é mesma para mordomo, logo, quando o personagem fala: "Eu sou apenas um mordomo" estaria, na verdade, anunciando a todos - abertamente - a sua verdadeira natureza.

12 de ago. de 2010

Sherlock Holmes (2010) - A Study in Pink


Assisti o primeiro episódio na nova série da BBC sobre o Detetive mais famoso de todos os tempos e gostei muito! A série propõe uma atualização do personagem para os tempos modernos: tanto Sherlock Holmes quanto o Dr. Watson tem blogs e manipulam modernos celulares com desenvoltura. A produção, ao meu ver, por este primeiro episódio, alcançou um grande sucesso em preservar o clima do original - dos livros, quero dizer. A BBC já havia sido responsável por uma versão excepcionalmente perfeita - praticamente livro a livro, página a página - nos anos de 1984-1994, portanto, esta mais que autorizada a inovar na abordagem destes personagens. Algumas poucas mudanças em relação à produção dos anos 80 e 90, no entanto, podem ser destacadas: o Inspetor Legrand me parece muito mais "amistoso" do que eu me lembro, o Dr. Watson é bem menos passivo e o Sherlock Holmes é bem mais sombrio em suas motivações. O resultado final também é consideravelmente mais dinâmico do que nos livros e na versão de 1984-1994 - que muitas vezes resvalavam para fosforilações quase que intermináveis. Normal e compreensível: faz parte do processo de tornar a trama palatável para as massas.

Minha cena favorita: o Dr. Watson (repetidamente) flertando com a misteriosa Anthea (interpretada por Lisa McAllister): o ar de desdém desta é impagável.

O episódio é bem longo (uns 80 e poucos minutos) mas você não quer que acabe: pena, inclusive, que serão produzidos apenas três por temporada. Com certeza é a melhor coisa vinda das terras da Rainha desde The Crooked House. Outro must see. 

Em tempo: hoje, no episódio de Deep Space Nine, Tracy Scoggins (Lois & Clark) faz uma aparição - irreconhecível - como uma cientista cardassiana.

Dei uma chance para Haven


Por vezes nos aventuramos por filmes e seriados que, normalmente, nem cogitaríamos sequer de olhar. Talvez por isto, por este dias assisti o piloto da nova série Haven (2010), alegadamente baseada em um obscuro livro de Stephen King. O nome de Stephen King deve ter causado um obscurecimento de meus sentidos e, quando percebi, já a estava assistindo. 

A impressão inicial é a de uma série-parecida-com-Arquivo-X (mais uma) sem grandes atrativos. Os protagonistas são insossos e o desenvolvimento da trama é incrivelmente arrastado. O roteiro parece tirado de um episódio de Arquivo X - The Rain King (1999) - inclusive o plot twist central. O ponto alto para mim foi o aparecimento de Nicole De Boer (a Dax 2.0 de Deep Space Nine e que já havia aparecido em outra série baseada em um livro de Stephen King, Dead Zone - que no SBT, se não me engano, era chamada de "O Vidente"). Acho difícil que eu venha a acompanhar regularmente esta série mas, em tempos de midseason, devemos estar preparados para tudo.

11 de ago. de 2010

Rings (2005): curta baseado no Universo de O Chamado

Assisti por estes dias o curta de horror Rings (2005), passado no mesmo Universo ficcional de "O Chamado" - mais precisamente entre o primeiro e o segundo filmes da versão americana. Adoro filmes de terror e, em particular, gostei muito do primeiro "O Chamado" e este curta, nos seus despretensiosos 16 minutos, atendeu bem às minhas expectativas. Extramamente recomendável para quem assitiu o primeiro "O Chamado" - e gostou.

Uma curiosidade: o website visto no filme (ou uma boa aproximação deste) existe - como fan site - e pode ser acessado aqui (em inglês).

O Trailer mais Bizarro que eu já vi - Mutant Girls Squad

Em minhas andanças pela Internet encontrei o vídeo abaixo e achei tão incrivelmente esquisito que não tive dúvidas de que precisava compartilhá-lo.

10 de ago. de 2010

Enterprise (2001): Segunda Parte da Mini-maratona - Episódios 14-25

 
Na segunda parte de minha mini-maratona pessoal de Enterprise, descobri algo muito importante: detesto episódio de arco - aqueles com duas ou três partes para concluir uma trama. Para mim, nada é mais irritante do que um "continua" ao final. Talvez por isso eu tenha perdido o interesse nesta série nos anos subsequentes: porque eles abandonaram o episódio tipo one-shot para investir em arcos de história cada vez maiores (o que foi aquilo de guerra Xindi, pelo amor de Deus!?). Eu gosto mesmo de episódios com começo, meio e fim. Dito isto, seguem as minhas impressões:

Sleeping Dogs: membros da tripulação da Enterprise abordam uma nave Klingon com problemas para logo descobrir a verdade contida no provérbio "Nenhuma boa ação sai impune". 

Shadows of P'Jem: as repercussões dos fatos vistos no The Andorian Incident finalmente chegam à Enterprise, que vai descobrir que os Vulcanos não são muito bons com esse negócio de perdoar e esquecer.

Shuttlepod One: num dos melhores episódios desta segunda metade, Reed - o armeiro da nave - e o engenheiro-chefe Trip são levados a crer que a Enterprise foi destruída e que eles irão eventualmente morrer de falta de oxigênio em um explorador à deriva no espaço.

Estes três últimos episódios tratam, de alguma forma, de situações nas quais um ou mais membros da tripulação são colocados em situações nas quais estes têm certeza de que vão morrer - e das diversas formas encontradas por eles para se lidar com isso. Trata-se de um recurso narrativo bastante inteligente, que permite extrair a essência de cada personagem em foco - o único problema é que fica um pouco maçante quando é utilizado de forma seriada - como acontece aqui. Shuttlepod One, no entanto, vale realmente a pena - pelo grande nível de  credibilidade dos diálogos. 

Fusion: a Enterprise encontra uma nave tripulada por "Vulcanos sem lógica", com terríveis repercussões para T'Pol.

Observação Trekker: 

Neste episódio, na minha opinião, temos um dos maiores furos de roteiro de toda a série. É o seguinte: T'Pol reage com absoluta estranheza quando houve falar de "Elo Mental", mas em episódios subsequentes o "Elo Mental" é retratado como algo tão comum em Vulcano como andar de bicicleta (tudo bem, talvez menos).

Além disso, se bem me recordo, na série clássica, a primeira vez que o "Elo Mental" é mencionado também é recebido com absoluta estranheza pelos humanos da Enterprise clássica, que parecem desconhecê-lo totalmente. Se tomarmos por base que os eventos de Enterprise pertencem ao mesmo Universo/linha do tempo da série clássica - e que acontecem cem anos antes - fica difícil de se acreditar que a existência desta prática fosse causar surpresa em alguém depois de cem anos.

Eu particularmente não acredito que se deva assistir Enterprise procurando furos de continuidade (porque eles existem e são muitos) mas antes, devemos nos concentrar no desenvolvimento dos personagens que é, ao meu ver, o ponto alto da série. Para quem conhece alguma coisa da mitologia da série, no entanto, não tem como não dar um pulo na poltrona quando você vê um personagem vulcano dizendo algo como "Elo Mental, o que que é isso?". Tinha que dar no que deu.

(fim da Observação Trekker) 

Rogue Planet: um dos episódios mais fraquinhos desta fornada - avancei 25 minutos do "miolo" e não senti remorso. 

Acquisition: o primeiro contato com os Ferengi, com direito inclusive a citações das regras de aquisição. Jeffrey Combs aparece quase que irreconhecível como o Ferengi Krem - aquele "sem orelhas para os negócios". Vale - talvez - pelo Jeffrey Combs. 

Oasis: versões deste episódio já haviam aparecido em Deep Space Nine e Voyager, o que o torna o desenlace pouco surpreendente. Achei divertida a menção ao "médico holográfico" - que é, justamente, um dos personagens principais de Voyager. 

Detained: este é outro argumento bem batido de Star Trek - desde a série clássica - no qual é feito contato com uma civilização que pratica alguma coisa bem parecida com o regime nazista. Médio.

Vox Sola: estou começando a reparar que esta segunda metade da primeira temporada de Enterprise é feita quase que inteiramente de clichês reciclados das outras encarnações da franquia. Este episódio é o da criatura-aparentemente-ameaçadora-que- na verdade-é-boazinha, que faz par com o criatura-aparentemente-boazinha-que- na verdade-é-malvada.  De fraco para médio. 

Fallen Hero: uma renomada embaixadora vulcana é acusada de um crime, e o capitão Archer deve escolher entre confiar nela ou entregá-la às autoridades. Vale principalmente pelas cenas de batalha. 

Desert Crossing: este episódio é particularmente muito legal porquê mostra o início da construção da lenda envolvendo o capitão Archer. Mais uma vez temos dois personagens principais confrontados com o risco de morte. A presença do ator Clancy Brown (que fez o pastor maligno de Carnivale) é uma grata surpresa. Este é um episódio bastante significativo, ao meu ver, porquê mostra o amadurecimento - por parte do capitão Archer - das questões morais relativas ao envolvimento nas questões internas de outras civilizações. 

Two Days and Two Nights: o último episódio de minha mini-maratona pessoal me pareceu uma total perda de tempo. Só posso entender que foi algum início de linha narrativa que depois não foi mais continuada. Se quer um conselho, pule este.

Em resumo, desta segunda metade de minha maratona ficamos com Shuttlepod One (disparado na frente) e Desert Crossing - e olhe lá.

O episódio 26, Shockwave, (que é o season finale) não foi incluído aqui porquê é um episódio de arco - e como eu já disse lá em cima, detesto episódios de arco. Ele faz continuidade com o primeiro e segundo episódios da segunda temporada (que só começa mesmo, portanto, no terceiro episódio). A trama é absurdamente confusa e envolve viagens no tempo, alienígenas nazistas (olha eles aí de novo!) e linhas temporais alternativas (benzadeus!). Não sei se continuarei com a minha maratona pelos episódios do segundo ano - mas, se continuar, vocês saberão, porquê postarei aqui - mas só a partir do terceiro episódio (ou do primeiro one-shot que aparecer).

Vida Longa e Próspera!

9 de ago. de 2010

New Man in Charge - os prometidos 12 minutos extras de LOST

Embora muita gente (eu inclusive) tenha ficado decepcionada com a falta de respostas da última temporada de Lost, os doze minutos extras que vazaram na web, mostrando a dinâmica Ben-Hurley após o episódio final, me convenceram que, se - em alguma realidade paralela - os produtores voltassem atrás e se resolvessem a fazer uma sétima temporada eu, com toda a certeza do mundo, assistiria.

Montei um pequeno check-list de algumas perguntas (importantes) que considerei respondidas neste epílogo:

- Quem envia os mantimentos para a ilha - e porquê eles continuam sendo enviados décadas depois da Iniciativa Dharma ter sido extinta
- O que é o Hurley Bird
- Qual o propósito da Sala 23
- Que fim levou o Walt

(Não considerei respostas sobre biscoitos  em formato de peixinho e similares como importantes)

Minhas impressões:

O material extra tem duas partes bem distintas: a primeira parte, a do armazém é, como muitos já sugeriram, uma piada com os próprios fãs de Lost; a segunda parte, a do hospital, é uma tentativa de amarrar a extraordinária "ponta solta" que foi o Walt.

Achei particularmente engraçado quando o vídeo de orientação da Estação Hydra termina e um dos funcionários Dharma diz: "Eu acho que vamos ter que ver de novo" - que é exatamente o que muitos fãs de Lost estão fazendo: revendo a série desde o início em busca de "respostas".

Não tem como deixar de se identificar com o personagem que grita "Nós merecemos respostas": este é o grito de todos os fãs de Lost, mas também não tem como deixar de perceber o sorrisinho irônico do Ben antes de responder, bem como o recado dado ali pelos criadores da série: "Acabou!".

A primeira metade foi, de longe, a melhor parte deste mini-episódio - e praticamente tornaria a segunda parte desnecessária, não fosse a presença do Hurley nos dois minutos finais.

Novas Perguntas adicionadas:

- Walt será o novo "Jacob"?

Ao contrário do que muitos disseram, não acredito que o Walt tomará o lugar do Hurley como o novo "Jacob" da ilha. Walt, para mim é como o Desmond ou como o Miles - pessoas com alguma habilidade especial, só isso. Não acredito que possuir ou não uma habilidade seja critério para se tornar um guardião da ilha - se fosse assim o Jack não se tornaria o sucessor de Jacob.

- Porquê todo mundo vai parar no mesmo hospital?

Causa uma certa estranheza todos os personagens irem parar no mesmo hospital psiquiátrico - o Santa Rosa Mental Health Institute - mas lembrem-se que estamos em Lost, onde coincidências são o prato do dia.

- O que o Dharma-móvel estava fazendo ali?

Por maiores que sejam os recursos a disposição do duo Ben-Hurley, acho pouco prático transferir a Kombi da Iniciativa Dharma desde a ilha até Los Angeles, só por questões de estilo, não concordam?

De qualquer forma, foi muito bom ter revisto dois dos personagens mais carismáticos da série e matado alguma saudade desta série que esteve conosco durante anos - com respostas ou sem respostas.

Namastê, Losties!

Trailer da Próxima Temporada de Dexter

O Trailer da nova temporada de Dexter promete: duro será aguentar até 26 de Setembro! Via Série Maníacos.

8 de ago. de 2010

Starchild Skull na Semana do Desconhecido do History Channel

Na semana que passou, o  History Channel fez uma série de mini-maratonas temáticas que chamou de Semana do Desconhecido. Assisti uma boa parte dos episódios e, em particular, apreciei muito rever alguns episódios clássicos dos Caçadores de Ovnis (Área 51, Ovnis submarinos, etc.). Gosto de Caçadores de Ovnis porquê eles são uma espécie de The Lone Gunman da vida real: você consegue facilmente ver que eles são profundamente sérios naquilo que eles fazem (seja lá aquilo que eles fazem) mas isto não os impede de serem, por vezes, (involuntariamente) engraçados. No episódio da Área 51, por exemplo, eles quase são presos. No caso dos Ovnis submarinos,  eles tentam recriar em laboratório um modelo em escala de Ovni que "não espirre água ao mergulhar" - uma espécie de momento Mythbusters dos Caçadores de Ovnis - sem nenhum sucesso, mas com muita molhadeira!

Esta semana assisti pela primeira vez um episódio no qual eles investigam o mistério do Crânio de Starchild (que eu não conhecia). Segundo a sempre confiável Wikipedia, o Crânio de Starchild é "uma caveira humana anormal alegadamente encontrada no México" que já foi tida como sendo um "crânio alienígena ou de um híbrido humano/alienígena". Me senti muito desconfortável ao ver o crãnio sendo passado de mão em mão, pra lá e pra cá: eu só pensava na possibilidade de alguém o deixar cair mas, no final, o crânio sobrevideu. O verbete da Wikipidea possui uma imagem em boa resolução do crânio: não coloquei aqui porquê achei de mau gosto, mas, para quem tiver curiosidade, clique aqui. O crânio possui também um site oficial (?!) repleto de informações curiosas (em inglês).

7 de ago. de 2010

Enterprise (2001): Mini-maratona da Primeira Temporada - Episódios 03-13


Este fim-de-semana (na verdade desde quinta) resolvi tirar a poeira dos episódios antigos de Enterprise e fazer uma mini-maratona pessoal: tudo num esforço de sobreviver à mid season americana e ao fim dos episódios de Doctor Who e The It Crowd. Para quem não conhece, Entreprise é a quinta versão (ou a sexta, se contarmos a série animada dos anos 70) da franquia Star Trek - no Brasil mais conhecida como Jornada nas Estrelas.

Enterprise se passa cerca de 100 anos antes dos episódios da série clássica - aquela com o trio Kirk, Spock e McCoy - o que a torna, portanto, um prequel. O legal - para os Trekkers de plantão, como eu - é justamente a oportunidade de acompanhar o surgimento dos conceitos já trabalhados nas outras séries da franquia: o surgimento da Federação de Planetas, da Frota Estelar, da Primeira Diretriz e os primeiros encontros com raças alienígenas importantes para a mitologia da série - como os Klingons e - graças a uma certa forçação de barra - os Romulanos e os Ferengi.

Nesta minha mini-maratona, pulei o episódio piloto (duplo), Broken Bow, e comecei a assitir a partir do terceiro episódio da contagem oficial - Fight or Fligh. Até o momento que escrevo estas linhas, já cheguei ao décimo-terceiro episódio - Dear Doctor - sem sinais de esmorecimento. Estas são as minhas impressões do que eu já assisti: 

Fight or Fligh: excelente episódio centrado na alferes Hoshi, com diálogos marcantes - particularmente entre a alferes e o médico da nave, o Doutor Phlox, e um clímax bem emocionante. Vale muito a pena assistir.

Strange New World: repete muito do clichê planeta-aparentemente-inofensivo-que-se-revela-uma-armadilha-mortal já beeeeeeem explorado na série clássica - e, ocasionalmente, nas séries subsequentes - mas o roteiro deste aqui é razoavelmente bem construído e não decepciona (muito). Apesar disso, eu não resisti a dar fast-foward em algumas partes (uns vinte minutos lá pelo miolo do episódio ). 

Unexpected: uma tentativa de se fazer um episódio com um tom humorístico - pelo menos assim acredito e sinceramente espero - mas não muito bem sucedida, ao meu ver.  Uma possível origem para a tecnologia dos holodecks é sugerida. 

Terra Nova: a tripulação da Enterprise tenta descobrir o que aconteceu com uma das primeiras colônias humanas fora do sistema solar, sem contato com a Terra há mais de 70 anos. Chegando lá, descobre que: (1) a população de colonos desapareceu e (2) uma misteriosa raça de seres subterrâneos habita as cavernas do lugar. Não demora muito para se somar 1+2 e se descobrir o que aconteceu com os colonos mas, mesmo assim, prende a atenção e é legal.

The Andorian Incident: a Enterprise resolve visitar um antigo mosteiro Vulcano e descobre alguns visitantes indesejáveis. Este episódio é particularmente interessante porquê introduz como personagem o Comandante Andoriano Shran, vivido pelo sempre marcante Jeffrey Combs. Para quem não lembra o ator Jeffrey Combs já havia vivido um personagem de grande destaque na série Deep Space Nine - também da franquia Star Trek - o  Vorta chamado Weyon (e seus clones). No Brasil, talvez ele seja mais conhecido pelo seu papel como o cientista algo insano  da série de filmes de terror Reanimator. A atuação de Jeffrey Combs é algo que sempre vale a pena assistir e isto, por si só, já empresta um brilho especial a este episódio. Além disso, o episódio em si é bastante revelador sobre a política interna Vulcana e o relacionamento destes com outras espécies. Um must see. 

Breaking the Ice: este episódio, ao meu ver, continua a deixa já colocada no episódio anterior de mostrar o amadurecimento do capitão da Enterprise, Johnatan Archer, no seu papel de líder da futura Federação dos Planetas Unidos. Isto é algo muito pouco trabalhado nas encarnações anteriores da franquia - com a possível exceção de Deep Space Nine - que geralmente já mostram o capitão como uma espécie de herói perfeito e invencível : um produto pronto e acabado sem espaço para qualquer desenvolvimento posterior do personagem. Isto pode muito bem ter confundido a base de fãs na época - que muito possivelmente estavam acostumados a ter um Kirk ou Picard aparentemente imbatíveis como referências - mas olhando hoje, retrospectivamente, é um conceito muito legal e confere um grande senso de humanidade ao personagem.

Civilization: continuando a tendência  já desenhada nos episódios anteriores, o capitão Archer tem um envolvimento amoroso com uma alienígena: é quase um love story no espaço mas, mesmo assim, é bastante assistível, com doses certas de intriga e ação. 

Fortunate Son: contrariando um pouco da tendência geral de Star Trek, somos apresentados à (dura) vida dos trabalhadores de naves cargueiras, nem de longe tão glamurosas quanto as naves da Frota Estelar. Talvez este seja o episódio mais fraquinho que assisti até agora, em parte por ser centrado no personagem do alferes Travis Mayweather - interpretado pelo ator Anthony Montgomery, numa performance digna de um pacote de tostines. 

Cold Front: conhecemos mais mais detalhes da guerra fria temporal - tirando isso, não acontece mais nada.

Silent Enemy: neste episódio a Enterprise é confrontada por uma espécie com armamento superior - e leva uma coça - o que leva o capitão Archer a se questionar se a nave está preparada para se aventurar em uma galáxia cheia de espécies hostis. Também neste episódio somos apresentados à tecnologia dos Phasers como armamento padrão de uma nave estelar. Este episódio é legal por dois motivos: (1) por continuar o desenvolvimento do personagem do capitão Archer e (2) por mostrar o surgimento dos Phasers como arma incorporada aos sistemas da nave. Ao longo dos quatro anos de série, veremos que o aparecimento de novos inimigos servirão como justificativa para se expandir cada vez mais o sistema de armas da nave, levando a um conflito cada vez maior entre a proposta original de "explorar novos mundos" e a necessidade premente de se defender de um Universo bastante violento. Não obstante esta riqueza de temas, eles acabam por não ser suficientemente aprofundados neste episódio e o resultado final é bastante xoxo, para dizer o mínimo. 

Dear Doctor: um dos grandes méritos da série Enterprise é pegar um personagem - que de início nos parecia - incrivelmente desinteressante e não-apelativo e lhe conferir uma profundidade que você jamais esperava que fosse possível. Isto acontece com a alferes Hoshi no episódio Fight or Fligh e com o Dr. Phlox  em Dear Doctor - de uma forma surpreendente. Estes são, sem sombra de dúvida, os dois melhores episódios deste primeiro arco de minha maratona pessoal, seguidos de perto pelo The Andorian Incident, com o Jeffrey Combs.

Por ora é só: estou muito tentado a pular o episódio seguinte - Sleeping Dogs - e ir direto para Shadows of P'Jem. Veremos.
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