10 de ago. de 2010

Enterprise (2001): Segunda Parte da Mini-maratona - Episódios 14-25

 
Na segunda parte de minha mini-maratona pessoal de Enterprise, descobri algo muito importante: detesto episódio de arco - aqueles com duas ou três partes para concluir uma trama. Para mim, nada é mais irritante do que um "continua" ao final. Talvez por isso eu tenha perdido o interesse nesta série nos anos subsequentes: porque eles abandonaram o episódio tipo one-shot para investir em arcos de história cada vez maiores (o que foi aquilo de guerra Xindi, pelo amor de Deus!?). Eu gosto mesmo de episódios com começo, meio e fim. Dito isto, seguem as minhas impressões:

Sleeping Dogs: membros da tripulação da Enterprise abordam uma nave Klingon com problemas para logo descobrir a verdade contida no provérbio "Nenhuma boa ação sai impune". 

Shadows of P'Jem: as repercussões dos fatos vistos no The Andorian Incident finalmente chegam à Enterprise, que vai descobrir que os Vulcanos não são muito bons com esse negócio de perdoar e esquecer.

Shuttlepod One: num dos melhores episódios desta segunda metade, Reed - o armeiro da nave - e o engenheiro-chefe Trip são levados a crer que a Enterprise foi destruída e que eles irão eventualmente morrer de falta de oxigênio em um explorador à deriva no espaço.

Estes três últimos episódios tratam, de alguma forma, de situações nas quais um ou mais membros da tripulação são colocados em situações nas quais estes têm certeza de que vão morrer - e das diversas formas encontradas por eles para se lidar com isso. Trata-se de um recurso narrativo bastante inteligente, que permite extrair a essência de cada personagem em foco - o único problema é que fica um pouco maçante quando é utilizado de forma seriada - como acontece aqui. Shuttlepod One, no entanto, vale realmente a pena - pelo grande nível de  credibilidade dos diálogos. 

Fusion: a Enterprise encontra uma nave tripulada por "Vulcanos sem lógica", com terríveis repercussões para T'Pol.

Observação Trekker: 

Neste episódio, na minha opinião, temos um dos maiores furos de roteiro de toda a série. É o seguinte: T'Pol reage com absoluta estranheza quando houve falar de "Elo Mental", mas em episódios subsequentes o "Elo Mental" é retratado como algo tão comum em Vulcano como andar de bicicleta (tudo bem, talvez menos).

Além disso, se bem me recordo, na série clássica, a primeira vez que o "Elo Mental" é mencionado também é recebido com absoluta estranheza pelos humanos da Enterprise clássica, que parecem desconhecê-lo totalmente. Se tomarmos por base que os eventos de Enterprise pertencem ao mesmo Universo/linha do tempo da série clássica - e que acontecem cem anos antes - fica difícil de se acreditar que a existência desta prática fosse causar surpresa em alguém depois de cem anos.

Eu particularmente não acredito que se deva assistir Enterprise procurando furos de continuidade (porque eles existem e são muitos) mas antes, devemos nos concentrar no desenvolvimento dos personagens que é, ao meu ver, o ponto alto da série. Para quem conhece alguma coisa da mitologia da série, no entanto, não tem como não dar um pulo na poltrona quando você vê um personagem vulcano dizendo algo como "Elo Mental, o que que é isso?". Tinha que dar no que deu.

(fim da Observação Trekker) 

Rogue Planet: um dos episódios mais fraquinhos desta fornada - avancei 25 minutos do "miolo" e não senti remorso. 

Acquisition: o primeiro contato com os Ferengi, com direito inclusive a citações das regras de aquisição. Jeffrey Combs aparece quase que irreconhecível como o Ferengi Krem - aquele "sem orelhas para os negócios". Vale - talvez - pelo Jeffrey Combs. 

Oasis: versões deste episódio já haviam aparecido em Deep Space Nine e Voyager, o que o torna o desenlace pouco surpreendente. Achei divertida a menção ao "médico holográfico" - que é, justamente, um dos personagens principais de Voyager. 

Detained: este é outro argumento bem batido de Star Trek - desde a série clássica - no qual é feito contato com uma civilização que pratica alguma coisa bem parecida com o regime nazista. Médio.

Vox Sola: estou começando a reparar que esta segunda metade da primeira temporada de Enterprise é feita quase que inteiramente de clichês reciclados das outras encarnações da franquia. Este episódio é o da criatura-aparentemente-ameaçadora-que- na verdade-é-boazinha, que faz par com o criatura-aparentemente-boazinha-que- na verdade-é-malvada.  De fraco para médio. 

Fallen Hero: uma renomada embaixadora vulcana é acusada de um crime, e o capitão Archer deve escolher entre confiar nela ou entregá-la às autoridades. Vale principalmente pelas cenas de batalha. 

Desert Crossing: este episódio é particularmente muito legal porquê mostra o início da construção da lenda envolvendo o capitão Archer. Mais uma vez temos dois personagens principais confrontados com o risco de morte. A presença do ator Clancy Brown (que fez o pastor maligno de Carnivale) é uma grata surpresa. Este é um episódio bastante significativo, ao meu ver, porquê mostra o amadurecimento - por parte do capitão Archer - das questões morais relativas ao envolvimento nas questões internas de outras civilizações. 

Two Days and Two Nights: o último episódio de minha mini-maratona pessoal me pareceu uma total perda de tempo. Só posso entender que foi algum início de linha narrativa que depois não foi mais continuada. Se quer um conselho, pule este.

Em resumo, desta segunda metade de minha maratona ficamos com Shuttlepod One (disparado na frente) e Desert Crossing - e olhe lá.

O episódio 26, Shockwave, (que é o season finale) não foi incluído aqui porquê é um episódio de arco - e como eu já disse lá em cima, detesto episódios de arco. Ele faz continuidade com o primeiro e segundo episódios da segunda temporada (que só começa mesmo, portanto, no terceiro episódio). A trama é absurdamente confusa e envolve viagens no tempo, alienígenas nazistas (olha eles aí de novo!) e linhas temporais alternativas (benzadeus!). Não sei se continuarei com a minha maratona pelos episódios do segundo ano - mas, se continuar, vocês saberão, porquê postarei aqui - mas só a partir do terceiro episódio (ou do primeiro one-shot que aparecer).

Vida Longa e Próspera!

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