7 de ago. de 2010

Enterprise (2001): Mini-maratona da Primeira Temporada - Episódios 03-13


Este fim-de-semana (na verdade desde quinta) resolvi tirar a poeira dos episódios antigos de Enterprise e fazer uma mini-maratona pessoal: tudo num esforço de sobreviver à mid season americana e ao fim dos episódios de Doctor Who e The It Crowd. Para quem não conhece, Entreprise é a quinta versão (ou a sexta, se contarmos a série animada dos anos 70) da franquia Star Trek - no Brasil mais conhecida como Jornada nas Estrelas.

Enterprise se passa cerca de 100 anos antes dos episódios da série clássica - aquela com o trio Kirk, Spock e McCoy - o que a torna, portanto, um prequel. O legal - para os Trekkers de plantão, como eu - é justamente a oportunidade de acompanhar o surgimento dos conceitos já trabalhados nas outras séries da franquia: o surgimento da Federação de Planetas, da Frota Estelar, da Primeira Diretriz e os primeiros encontros com raças alienígenas importantes para a mitologia da série - como os Klingons e - graças a uma certa forçação de barra - os Romulanos e os Ferengi.

Nesta minha mini-maratona, pulei o episódio piloto (duplo), Broken Bow, e comecei a assitir a partir do terceiro episódio da contagem oficial - Fight or Fligh. Até o momento que escrevo estas linhas, já cheguei ao décimo-terceiro episódio - Dear Doctor - sem sinais de esmorecimento. Estas são as minhas impressões do que eu já assisti: 

Fight or Fligh: excelente episódio centrado na alferes Hoshi, com diálogos marcantes - particularmente entre a alferes e o médico da nave, o Doutor Phlox, e um clímax bem emocionante. Vale muito a pena assistir.

Strange New World: repete muito do clichê planeta-aparentemente-inofensivo-que-se-revela-uma-armadilha-mortal já beeeeeeem explorado na série clássica - e, ocasionalmente, nas séries subsequentes - mas o roteiro deste aqui é razoavelmente bem construído e não decepciona (muito). Apesar disso, eu não resisti a dar fast-foward em algumas partes (uns vinte minutos lá pelo miolo do episódio ). 

Unexpected: uma tentativa de se fazer um episódio com um tom humorístico - pelo menos assim acredito e sinceramente espero - mas não muito bem sucedida, ao meu ver.  Uma possível origem para a tecnologia dos holodecks é sugerida. 

Terra Nova: a tripulação da Enterprise tenta descobrir o que aconteceu com uma das primeiras colônias humanas fora do sistema solar, sem contato com a Terra há mais de 70 anos. Chegando lá, descobre que: (1) a população de colonos desapareceu e (2) uma misteriosa raça de seres subterrâneos habita as cavernas do lugar. Não demora muito para se somar 1+2 e se descobrir o que aconteceu com os colonos mas, mesmo assim, prende a atenção e é legal.

The Andorian Incident: a Enterprise resolve visitar um antigo mosteiro Vulcano e descobre alguns visitantes indesejáveis. Este episódio é particularmente interessante porquê introduz como personagem o Comandante Andoriano Shran, vivido pelo sempre marcante Jeffrey Combs. Para quem não lembra o ator Jeffrey Combs já havia vivido um personagem de grande destaque na série Deep Space Nine - também da franquia Star Trek - o  Vorta chamado Weyon (e seus clones). No Brasil, talvez ele seja mais conhecido pelo seu papel como o cientista algo insano  da série de filmes de terror Reanimator. A atuação de Jeffrey Combs é algo que sempre vale a pena assistir e isto, por si só, já empresta um brilho especial a este episódio. Além disso, o episódio em si é bastante revelador sobre a política interna Vulcana e o relacionamento destes com outras espécies. Um must see. 

Breaking the Ice: este episódio, ao meu ver, continua a deixa já colocada no episódio anterior de mostrar o amadurecimento do capitão da Enterprise, Johnatan Archer, no seu papel de líder da futura Federação dos Planetas Unidos. Isto é algo muito pouco trabalhado nas encarnações anteriores da franquia - com a possível exceção de Deep Space Nine - que geralmente já mostram o capitão como uma espécie de herói perfeito e invencível : um produto pronto e acabado sem espaço para qualquer desenvolvimento posterior do personagem. Isto pode muito bem ter confundido a base de fãs na época - que muito possivelmente estavam acostumados a ter um Kirk ou Picard aparentemente imbatíveis como referências - mas olhando hoje, retrospectivamente, é um conceito muito legal e confere um grande senso de humanidade ao personagem.

Civilization: continuando a tendência  já desenhada nos episódios anteriores, o capitão Archer tem um envolvimento amoroso com uma alienígena: é quase um love story no espaço mas, mesmo assim, é bastante assistível, com doses certas de intriga e ação. 

Fortunate Son: contrariando um pouco da tendência geral de Star Trek, somos apresentados à (dura) vida dos trabalhadores de naves cargueiras, nem de longe tão glamurosas quanto as naves da Frota Estelar. Talvez este seja o episódio mais fraquinho que assisti até agora, em parte por ser centrado no personagem do alferes Travis Mayweather - interpretado pelo ator Anthony Montgomery, numa performance digna de um pacote de tostines. 

Cold Front: conhecemos mais mais detalhes da guerra fria temporal - tirando isso, não acontece mais nada.

Silent Enemy: neste episódio a Enterprise é confrontada por uma espécie com armamento superior - e leva uma coça - o que leva o capitão Archer a se questionar se a nave está preparada para se aventurar em uma galáxia cheia de espécies hostis. Também neste episódio somos apresentados à tecnologia dos Phasers como armamento padrão de uma nave estelar. Este episódio é legal por dois motivos: (1) por continuar o desenvolvimento do personagem do capitão Archer e (2) por mostrar o surgimento dos Phasers como arma incorporada aos sistemas da nave. Ao longo dos quatro anos de série, veremos que o aparecimento de novos inimigos servirão como justificativa para se expandir cada vez mais o sistema de armas da nave, levando a um conflito cada vez maior entre a proposta original de "explorar novos mundos" e a necessidade premente de se defender de um Universo bastante violento. Não obstante esta riqueza de temas, eles acabam por não ser suficientemente aprofundados neste episódio e o resultado final é bastante xoxo, para dizer o mínimo. 

Dear Doctor: um dos grandes méritos da série Enterprise é pegar um personagem - que de início nos parecia - incrivelmente desinteressante e não-apelativo e lhe conferir uma profundidade que você jamais esperava que fosse possível. Isto acontece com a alferes Hoshi no episódio Fight or Fligh e com o Dr. Phlox  em Dear Doctor - de uma forma surpreendente. Estes são, sem sombra de dúvida, os dois melhores episódios deste primeiro arco de minha maratona pessoal, seguidos de perto pelo The Andorian Incident, com o Jeffrey Combs.

Por ora é só: estou muito tentado a pular o episódio seguinte - Sleeping Dogs - e ir direto para Shadows of P'Jem. Veremos.

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